Dezembro Laranja reforça os cuidados contra o câncer de pele
Exposição solar inadequada é a principal causa do câncer de pele, que pode ser prevenido com cuidados simples e diagnóstico precoce
Publicado em 07 de dezembro de 2024
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O câncer de pele é o tipo mais comum no Brasil, com cerca de 220 mil casos de câncer de pele não melanoma e mais de 8 mil casos de melanoma esperados para 2024, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Esse número alarmante destaca a importância da conscientização sobre a prevenção e do diagnóstico precoce, especialmente durante a campanha Dezembro Laranja, que visa informar a população sobre a doença. 5q5j4y

O tipo mais frequente de câncer de pele é o carcinoma basocelular, que, embora menos agressivo, pode causar grandes ressecções e disfunções estéticas se não tratado adequadamente. Por outro lado, o melanoma é o mais raro, mas também o mais perigoso, com alto potencial de se espalhar para outros órgãos se não diagnosticado precocemente.

A dermatologista Suzana Hampe, coordenadora da cirurgia dermatológica do programa de residência médica da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), explica que detectar o câncer de pele de forma precoce aumenta significativamente as chances de cura. Ela alerta para sinais de alerta, como o surgimento de manchas, mudanças em pintas existentes e feridas que não cicatrizam após quatro semanas.

Uma maneira prática de identificar alterações suspeitas é usar a Regra do ABCDE, que avalia:

  • A: Assimetria (lesões assimétricas).
  • B: Bordas irregulares ou mal definidas.
  • C: Cor com dois ou mais tons.
  • D: Diâmetro maior que 6 mm.
  • E: Evolução (crescimento ou mudança na aparência do sinal).

Além da exposição excessiva ao sol, fatores como pele clara, histórico familiar, sistema imunológico enfraquecido e o uso de câmaras de bronzeamento artificial aumentam o risco de desenvolver câncer de pele. Mesmo pessoas com pele mais escura, como indivíduos de pele negra, podem desenvolver melanoma em áreas menos pigmentadas, como palmas das mãos e plantas dos pés.

Prevenção é essencial. A dermatologista recomenda medidas simples para se proteger dos danos solares, como evitar a exposição direta ao sol entre 10h e 16h, quando a radiação UV é mais intensa, e usar protetor solar com FPS mínimo de 30, reaplicando-o a cada duas horas. Além disso, órios como chapéus de abas largas, óculos de sol com proteção UV e roupas com proteção solar também são aliados importantes.

Outro ponto crucial é o mapeamento da pele: a visita anual ao dermatologista pode identificar sinais precoces de câncer, aumentando as chances de sucesso no tratamento.

Embora o sol seja necessário para a produção de vitamina D, a exposição prolongada não é recomendada, e em casos de deficiência, a suplementação é mais eficaz.

O tratamento do câncer de pele varia conforme o tipo e o estágio da doença. Para os casos menos agressivos, como o carcinoma basocelular, pode ser suficiente a remoção cirúrgica da lesão ou crioterapia. Já para o melanoma, que exige um tratamento mais intensivo, pode ser necessário procedimentos como a cirurgia micrográfica de Mohs, imunoterapia ou terapia-alvo.

A campanha Dezembro Laranja reforça que o câncer de pele é prevenível e tratável, desde que detectado a tempo. A conscientização sobre os cuidados com a pele e a realização de exames regulares são os essenciais para reduzir os riscos e garantir uma saúde dérmica duradoura.

Fonte: Almir Felin
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