Meteorologista alerta para tempo seco e falta de chuva no Rio Grande do Sul até fevereiro
Fenômeno La Niña pode se formar em janeiro e durar até março, prejudicando a produção agrícola na região
Publicado em 04 de janeiro de 2025
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O fenômeno climático La Niña ainda pode se formar em janeiro de 2025. A istração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA, na sigla em inglês), dos Estados Unidos, previa o início do fenômeno para os meses de novembro ou dezembro de 2024.A previsão divulgada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), com base no modelo do APEC Climate Center (APCC), centro de pesquisa da Coréia do Sul, aponta para uma probabilidade de 60% de que as condições de La Niña se desenvolvam durante o primeiro trimestre de 2025. 246s4g

O meteorologista Gustavo Verardo, da Baroclima Meteorologia, trouxe alertas preocupantes para os próximos dias no Rio Grande do Sul. Em entrevista à rádio Luz e Alegria, ele destacou que o Estado enfrentará um período de tempo seco, com escassez de chuvas, até pelo menos o dia 17 de janeiro.

– Estamos observando a formação de uma massa de ar seco, o que vai manter o tempo firme e com muito sol. A falta de chuva será uma constante, o que preocupa, especialmente para o campo –, afirmou Verardo.

De acordo com o especialista, as chuvas mais intensas estão se concentrando nas regiões Sudeste, Nordeste e Norte do Brasil, enquanto o Rio Grande do Sul terá um janeiro com precipitações abaixo da média. “Essa condição de seca pode agravar a situação de estiagem no estado. E as previsões indicam que essa tendência vai continuar até o início de fevereiro, com um quadro de chuva muito isolada e localizada”, explicou.

Verardo também falou sobre a atual condição climática que o estado enfrenta, que não chega a ser um fenômeno de La Niña, mas que já apresenta efeitos semelhantes, como a falta de chuvas. “Estamos em uma situação de neutralidade climática, quase um La Niña, mas ainda não caracterizado como tal. Porém, os efeitos já estão se fazendo sentir, com déficit de precipitações”, afirmou.

Ele ainda projetou que, para o outono de 2025, o estado deve voltar a uma condição de neutralidade climática, sem a influência de fenômenos como o El Niño ou La Niña.

Para o mês de março, Verardo alertou que as chuvas continuarão abaixo da média, o que prejudicará ainda mais as lavouras no Rio Grande do Sul.

– Março tende a ser um mês com chuvas levemente abaixo da média, e isso pode agravar o quadro de estiagem, já que o mês de abril costuma ser um dos mais secos no Estado –, disse.

A situação é ainda mais crítica para os produtores de soja, que dependem da chuva nos primeiros meses do ano. "A chuva de janeiro e fevereiro, especialmente na primeira quinzena de março, é crucial para o desenvolvimento das lavouras. A falta de precipitações pode comprometer a produção", ressaltou.

Início de ano será de altas temperaturas

Sobre as altas temperaturas, Verardo informou que, além da seca, o calor intenso continuará. "Se a chuva é escassa, a radiação solar aumenta, e as tardes serão quentes e abafadas. Porém, as noites devem ser mais amenas, com mínimas em torno de 18°C", detalhou.

O meteorologista reforçou a importância de os produtores e a população se prepararem para as condições climáticas desafiadoras que estão por vir. "Infelizmente, a previsão é de mais tempo seco e altas temperaturas. O ideal é se planejar para os próximos dias e se adaptar às mudanças do clima", concluiu.

A previsão de tempo seco e quente é motivo de preocupação no Estado, especialmente para o setor agrícola, que depende de chuvas regulares para garantir boas colheitas. 

Fonte: Arquivo LA+
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