A estiagem que atinge diversas regiões do Rio Grande do Sul está provocando perdas significativas nas lavouras de soja e milho, justamente no período crítico da safra de verão. Agricultores relatam que em muitas áreas as perdas já são irreversíveis, especialmente nas plantações semeadas em outubro. 3q251k
Dados preliminares divulgados pela Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS) indicam uma quebra de 21% na safra de soja no Estado devido à irregularidade das chuvas. O monitoramento realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta que as regiões mais afetadas incluem Alto Uruguai, Fronteira Oeste e Missões.
Embora algumas áreas tenham recebido chuvas localizadas no final de janeiro, o impacto da estiagem é irreparável. A escassez de precipitações e o calor extremo, com temperaturas frequentemente acima de 35°C e picos que superaram 40°C, estão acelerando o processo de evapotranspiração. Esse fenômeno combina a evaporação da água do solo e a transpiração das plantas, reduzindo drasticamente a umidade do solo e agravando as condições para o desenvolvimento das culturas.
Reservas hídricas em alerta
Apesar do ano de 2024 ter sido muito chuvoso, garantindo boas reservas hídricas, a falta de precipitações regulares e as altas temperaturas das últimas semanas têm reduzido rapidamente a umidade do solo em várias áreas do Estado. Dados do sistema GRACE da NASA mostram um déficit significativo de umidade superficial no solo, especialmente nas regiões Oeste e Noroeste do Rio Grande do Sul.
As condições mais críticas ocorreram na segunda semana de janeiro, mas precipitações pontuais na segunda quinzena do mês trouxeram alívio temporário para algumas localidades. No entanto, especialistas alertam que os danos econômicos para os produtores e as comunidades rurais já são inevitáveis.
Impactos econômicos
A estiagem não só afeta diretamente a produtividade agrícola como também gera um efeito dominó na economia das regiões atingidas. A falta de água limita o desenvolvimento das lavouras, reduzindo a oferta de grãos e pressionando os preços.
Agrônomos e meteorologistas destacam a importância de investimentos em infraestrutura de irrigação e estratégias de manejo hídrico para mitigar os impactos das estiagens futuras. Enquanto isso, o setor agrícola do Rio Grande do Sul enfrenta mais uma temporada marcada por frustrações e perdas.